sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

C'um caneco

A (des)organização da meia-final da taça Lucílio Batista, rebaptizada de CTT fez jus ao seu nome: uma bela merda. Desculpem-me a sinceridade linguística.  Alterações à circulação pedonal (pasme-se) através do Bairro da Misericórdia, supostamente existe por ali uma casinha da claque feminina (?) do Braga, obrigou a malta a uma volta razoável e a algum corta mato. Chegados à entrada exterior do recinto, filas intermináveis de Sportinguistas, mas lá conseguimos entrar. Depois foi pior, com bilhete para entrar na porta 9 ou 19, ambas se encontravam fechadas. Fizeram-se algumas perguntas. A resposta era a porta 15 para toda a gente. Como é possível só uma entrada? O mais caricato é que era só fogo-de-vista. A malta se quisesse entrava de bazuca e lança granadas (do outro lado a claque do porto fez algumas demonstrações pirotécnicas do mais fino quilate). Entrados, lá subimos as escadas mas não nos deixaram ir para o piso superior (estava cheio?), parece que os bilhetes eram daqueles das camionetas antigas, cada um sentava-se onde queria e podia. Lá descemos 50 lanços de escadas e entramos finalmente a um minuto do início do jogo. Outras centenas (milhares) não tiveram essa sorte e foram entrando às pinguinhas, ficando muitos deles no início da bancada junto ao relvado, obrigando assim todos os outros a levantarem-se.

Começa o jogo. Rapidamente percebi o porquê de se dizer por aí que o Porto é uma equipa intensa: chaga a ser gratificante ver a forma desinibida como distribuem pau, lenha da antiga, com o beneplácito do homem do apito, fazendo jus à memória das arbitragens de Lucílio baptista. O homem do apito, aliás, sofreu durante o jogo praticamente todo de miopia daltónica, entremeada com verdadeiras alucinações, isto é, não via coisas consoante a cor das camisolas dos intervenientes, e via (imaginava) coisas consoante a cor da camisola dos intervenientes.

 Por outro lado, rapidamente se percebeu que havia jogadores a menos do lado do Sporting: o Gelson teve que pedir (desde o início do jogo que se via isso) pelas alminhas para sair, e foi preciso atirar-se para o chão aos gritos para o conseguir. O Acuna parecia que ia explodir a qualquer momento, e fiquei com a sensação que bastava tapar-lhe boca por segundos para irmos todos pelos ares. Não sei porquê mas o Rúben Ribeiro dá a sensação de andar por ali perdido, não fosse o cabelo amarelo e dificilmente tínhamos dado por ele. O William, por seu lado, arrasta a sua lentidão com a classe que lhe reconhecemos, não esteve mal na primeira parte, muitas vezes como verdadeiro libero. Grande jogo do Coentrão e do Mathieu.


Do jogo não rezará a história. O Rui já disse tudo. Se aquela que foi à trave tem entrado, tinha conseguido beber a primeira cerveja mais cedo. A saída foi outro filme dos antigos. Primeiro esperar que os meninos do Porto saíssem, por motivos de segurança, disseram, sem se rir. Lá subimos 10 andares, mais uma voltinha ao parque da pedreira para nos encontramos todos, Sportinguistas e Portistas na primeira curva da estrada. Sem polícia por perto. Correu bem. Agora é erguer o caneco no sábado. Aposto que o Gelson vai jogar. 

2 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    Neste momento, dava tudo por uma selfie com o Coentrão. Sempre adorei as Caxinas. É um sítio magnífico para se ler um livro no Verão. Os caxineiros são uma gente magnífica. O Coentrão ainda consegue ser o melhor deles.

    SL

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    1. Caro Rui,

      O Coentrão dá gosto. A forma como os adeptos do porto o saudaram na 2ª parte prova a sua classe. Mesmo coxo é menino para se fazer ao mar...

      SL

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