domingo, 31 de agosto de 2014

Saudades de Vénus



Acabadinho de chegar de umas imerecidas férias em Vénus (há que que aproveitar as promoções principalmente aquelas para destinos verdes) tive que recuperar alguns “postes” que não pude aceder em momento oportuno pois a rede em Vénus é miserável (nem um ponto de FON ZON existe!). Um dos “postes” que me despertou a curiosidade foi o Analisando a transferência do Rojo, com o recurso a Sartre e Derrida. Por formação e deformação profissional a “desconstrução”, conceito filosófico elaborado por Jacques Derrida, sempre me atraiu pois sempre achei interessante, e algo maquiavélica, a ideia de criticar os pressupostos dos filósofos, nem que fosse apenas pela semântica, pondo levemente em causa a sua nobre missão da construção de edifícios intelectuais racionalmente inquestionáveis. A famosa pedrinha na engrenagem. 
Estava eu ainda nessas púberes deambulações mentais, só justificáveis pelos efeitos secundários das viagens espácio-temporais, quando ouvi os comentários do J. Jesus após o jogo de hoje e, nesse momento, percebi como o Derrida deixou escola. O desconstrucionismo faz já parte do léxico dos treinadores de futebol, principalmente do “melhor do mundo”. «O SLB foi melhor e merecia ganhar o jogo» e «o SCP estava contente com o empate»? Não uma pedrinha mas sim um verdadeiro calhau em qualquer tentativa de racionalidade.E a alguns paineleiros da tvi ouvi: «a culpa do empate foi do Artur», isto porque deu o golo e não falam dos dois que evitou? São (ir)realidades paralelas, o discurso diz afinal coisas diferentes das que diz! Até sempre Derrida, Artur, Jesus e outros. E eu já com saudades de Vénus.

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