quinta-feira, 19 de junho de 2014

Humildação



Em Espanha foi-se o rei e foi-se a seleção. Em Portugal, o presidente Cavaco e a seleção balançaram, tropeçaram mas ainda não caíram. À falta de outro assunto, procuram-se culpados. Para o rei e para o presidente é fácil encontrar um culpado, são “coisas da idade”, senilidade galopante, alzheimer etc., etc. Para as seleções, a explicação séria é mais complexa mas a abordagem mais popular é dizer que a culpa foi dos jogadores, de alguns. Mas será que a culpa foi mesmo só dos moços? Nem o Jorge Mendes conseguiria vender tal ideia, pelo menos com o habitual lucro.
Reza a narrativa que os mesmos que agora dizem que o rei vai nu, foram aqueles que elogiaram a beleza do traje real momentos antes. Se os trombeteiros da imprensa desportiva, constroem época atrás de época, campeonato atrás de campeonato, seja do Mundo, da Europa ou do “nosso bairro”, os gigantes que imaginam ou com que sonham ou desejam, por que razão é que quando esses gigantes tombam, à mercê dos seus pés de barro, a culpa é apenas dos “gigantes” e não também dos fabuladores da imprensa que os criaram?
Voltemos aos culpados. A culpa tem que vir de algum lado. Existem para isso, tal como nas esquadras de bairro, os “suspeitos do costume”. A culpa foi do clima, do árbitro e do Rui Patrício, principalmente deste último. Todos os outros intervenientes selecionaram, treinaram e jogaram ao seu melhor nível. E assim, com a exceção do Patrício, do clima e do árbitro, todos fizeram uma exibição memorável. Não quero referir nomes para não correr o risco de me esquecer de algum. Mas que foi memorável foi e que afinal é este o nível deles, também é. O resto são fábulas.
Não me custa admitir que o guarda-redes não esteve, aqui e ali, bem. Tenho é dificuldades em referir alguém, do nosso lado, que tenha estado bem. Dizem que foi a pressão. Até pode ser verdade pois dias depois ouço o "deus" Mourinho a dar mais tiros nos pés numa demonstração prática daquilo que é um português sob pressão… habitualmente só sai trampa!
Espero que a humilhação e o banho de humildade tragam benefícios. A solução poderá passar pela humildação.

PS E sosseguem que no próximo jogo o William vai lá estar, quanto mais não seja porque é preciso garantir a existência de pelo menos um “suspeito do costume”. Nunca se sabe quando será preciso um.

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