sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A insustentável leveza de Postiga

O título deste “post” esteve para ser o deste “blog”. O Júlio Pereira que, parecendo que não, é um sportinguista a sério, não permitiu esta brincadeira. Mas, de facto, existe uma insustentável leveza na forma de jogar do Postiga. Joga em “souplesse”, como que saltitando de nenúfar em nenúfar, desmarcando-se incessantemente para aqui e para ali de cabelos ao vento e nunca se aproximando da baliza. Quando calha estar próximo dela e tem oportunidade de marcar golo, quase sempre lhe sai uma rosca ou um cabeceamento desamparado para as nuvens. No fundo, é um típico avançado à Nuno Gomes, gosta de jogar de costas para a baliza porque de frente para ela nota-se mais a falta de jeito.

Mas começa a existir algo de misterioso no desempenho mais recente do Postiga. Vai no terceiro jogo consecutivo a marcar golos e não me consigo lembrar de todos os que marcou esta época (seguramente mais do que nas três últimas). Este mistério precisa de análise séria e rigorosa. Muitos dos grandes cientistas e outros pensadores que viveram entre o século XVIII e o século XX, de Adam Smith e Ricardo a Lavoisier e Darwin, de Marx e Durkheim a Max Weber e Pareto, de Humboldt e Planck a Poincaré e Einstein, confrontaram-se com desafios desta magnitude. Espero estar à altura deste passado.

A questão que precisa de ser confirmada ou infirmada é: O Postiga está possuído? Seguir-se-á um longo processo experimental antes de chegar a uma conclusão definitiva. Irei dando notícias.

Quanto ao jogo de hoje (ontem) contra o Gent, cada vez me convenço mais que estes resultados também deviam contar para o Campeonato Nacional, ou lá como é que isso se chama. É que não podemos andar a arrecadar pontos para a UEFA que vão beneficiar os clubes que apostam tudo na prova interna. O Benfica para evitar isso decidiu não ganhar jogos na Liga dos Campeões, não fosse vir a beneficiar o Porto, o Sporting ou o Braga na próxima época.

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